terça-feira, 24 de junho de 2014

Nova Ocupação em terreno do CEASA, em Contagem, MG, ao lado da Ocupação William Rosa, com cerca de 600 famílias sem-terra e sem-casa.

Nova Ocupação em terreno do CEASA, em Contagem, MG, ao lado da Ocupação William Rosa, com cerca de 600 famílias sem-terra e sem-casa.
Parabéns ao Povo da Ocupação William Rosa e a outras 600 famílias que ocuparam hoje outro terreno "do CEASA", em Contagem, MG, terreno abandonado há séculos, sem cumprir função social, servindo para especulação. Só na luta coletiva a casa própria e digna, um direito constitucional, sai do papel e se constrói. A tensão é grande no local, pois a PM está no local. Sem decisão judicial de reintegração e sem alternativa digna não é admissível despejo. Pátria Livre! Venceremos! Abraço na luta. Frei Gilvander Luís Moreira
Cf. Nota no link, abaixo:

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Grandes projetos, um tormento na vida dos pobres, texto de frei Gilvander. BH, 23/06/2014.

Grandes projetos, um tormento na vida dos pobres[1]
Gilvander Luís Moreira[2]

Vivemos um tempo perigoso. O capitalismo, máquina de moer vidas, está funcionando a todo vapor triturando vidas de bilhões de pessoas e de outros seres da biodiversidade. Estamos em tempos de fundamentalismos, de céus povoados de anjos e entidades, de demônios por todos os lados, de gritaria de deuses, de promessas, de busca insaciável de bênçãos, de procissões, de peregrinações, de necessidade de expiação, de moralismos, de religiões sem Deus, de salvações sem escatologia, de cristianismos light, de libertações que não vão muito além da autoestima. Enfim, tempos de autoajuda, de dar um jeitinho para ir empurrando a vida.
Clamores ensurdecedores brotam dos porões da humanidade. A mãe Terra clama para ser salva, pois está sendo crucificada impiedosamente pelos grandes projetos capitalistas. Medo, insegurança e instabilidade atingem a todos. Atualmente insiste em imperar uma mística anti-evangélica do descompromisso com os pobres. Estes, além de empobrecidos, são marginalizados, injustiçados e acusados de serem os responsáveis primeiros pela sua situação de miséria. Inverte-se a realidade: os verdugos tentam parecer bons samaritanos. As vítimas são consideradas vagabundas, irresponsáveis e bagunceiras.
A estrutura de violência e de exclusão fragmenta multidões, deixando as pessoas em cacos. É hora de recompor os cacos em um grande e articulado mosaico.  É hora de reintegrar as nossas forças e energias vitais.
Em 2014 no Brasil, e na maioria dos países do mundo, o povo vive sob as agruras e o tormento dos grandes projetos. Por aqui estes são executados em nome do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento -, no Nordeste, apelidado de Programa de Ameaça às Comunidades. Dentre os grandes projetos do PAC, os de maior impacto são: as grandes barragens e usinas hidrelétricas, como as de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia; a barragem e hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, em Altamira, no Pará; a Transposição das águas do rio São Francisco; construção de vários portos e aeroportos e ampliação e modernização de outros; fusão de grandes empresas que concentram cada vez mais o capital e vão matando as pequenas empresas. Exemplos não faltam nas áreas de telecomunicações, de aviação, das construtoras, dos grandes supermercados, dentre muitos outros. Muitos pensam que esses projetos beneficiam todo o povo, mas, na realidade, tratam-se de infraestrutura para viabilizar o crescimento do capital, hoje primordialmente nas garras de empresas transnacionais. Quase sempre esses grandes projetos são realizados por grandes empresas, mas por meio de financiamento público, via BNDES[3].
A chegada de um grande projeto é sempre envolvida por campanha publicitária espetacular que anuncia estar chegando à região uma alavanca de desenvolvimento social, geradora de emprego e que não irá causar grandes males à já tão sofrida natureza, a biodiversidade e às pessoas. Chefes da política, da economia e até da religião são cooptados e muita gente seduzida. Assim, a massa acolhe esses projetos como se fossem benfeitores que trarão emprego e melhorias sociais, mas, logo, descobre que se gera poucos empregos e, muitas vezes, em condições análogas à de escravidão. Acontece o que ensina a fábula do Escorpião e o Sapo, que diz: um escorpião pede a um sapo que o leve através de um rio. O sapo tem medo de ser picado durante a viagem, mas o escorpião argumenta que não há motivo para o sapo temer tal traição, pois se picar o sapo, esse afundaria e o escorpião da mesma forma iria junto afogar.  O sapo concorda e começa a carregar o escorpião, mas no meio do caminho, o escorpião, de fato, aferroa o sapo, condenando ambos. Quando perguntado por que, o escorpião responde que esta é a sua natureza. Isso mesmo: a natureza do capitalismo é aferroar vidas o tempo todo e cada vez com mais veneno. O funcionamento do capitalismo exige expansão, crescimento sem limites. Isso é impossível pois a natureza precisa de tempo para se recuperar das agressões. A mercadoria, base da acumulação do capital, destrói o ambiente e explora os trabalhadores. Portanto, não dá mais para acreditar que na nossa caminhada na vida o capitalismo seja a melhor companhia.
Por tudo isso, é um imenso desafio enfrentar o poder opressivo do capital diante desses mega projetos. Voltando o nosso olhar atentamente para as narrativas bíblicas, percebemos que o povo da Bíblia também experimentou na própria pele as agruras de grandes projetos. Resgatar um pouco do que foram esses grandes projetos e como o povo bíblico resistiu diante deles, talvez possa inspirar em nós táticas e estratégias para o enfrentamento aos grandes projetos de hoje. Isso é o que veremos nas próximas partes do Artigo “Grandes projetos na Bíblia e a Resistência do Povo”.
Belo Horizonte, 23 de junho de 2014.




[1] Eis aqui a 1ª parte do Artigo publicado na Revista Estudos Bíblicos, Vol. 30, n. 120, out/dez 2013, pp. 339-358.
[2] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; doutorando em Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; conselheiro do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Minas Gerais – CONEDH. E-mail: gilvanderlm@gmail.com  – www.gilvander.org.brwww.freigilvander.blogspot.com.br - http://www.twitter.com/gilvanderluis -    facebook: Gilvander Moreira  

[3] Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Mas o “social” está esquecido, desenvolve-se o econômico às custas do social.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Carta aberta aos juízes: o preço de um despejo sem alternativa digna. BH, 13/06/2014

Carta aberta aos juízes:
o preço de um despejo sem alternativa digna.
Gilvander Luís Moreira[1]

Belo Horizonte, MG, Brasil, 13 de junho de 2014.

Srs. Juízes, desembargadores e ministros do poder judiciário brasileiro, já que é tão difícil falar com vocês diretamente, o jeito é escrever-lhes uma Carta Aberta, pois o que está ocorrendo é muito grave. Espera-se de um juiz que ele faça justiça, mas as decisões judiciais - regra geral - estão abarrotando as prisões com jovens, negros e pobres. Prisão em massa de uma só classe: a trabalhadora. É direito penal máximo para os pobres e direito civil empresarial máximo para os enriquecidos. Cadê os direitos fundamentais da pessoa humana? Virou lugar comum juízes apressadamente conceder liminares de reintegração de posse sobre Ocupações coletivas urbanas ou do campo. Só em Minas Gerais há mais de 250 liminares de reintegração de posse para serem cumpridas, na quase totalidade versando sobre propriedades que estavam abandonadas, ociosa, sem cumprir função social.
Simplesmente a regra é “reintegre-se ficando autorizado o uso da força policial.” Isso sem garantir os inúmeros direitos fundamentais de milhares de pessoas. A Constituição Federal de 1988 não tem como fundamento a dignidade humana (art.1º)? Não prescreve a Constituição a função social para propriedades do campo e na cidade? (art. 5º. XXIII, art. 283 e 286 da CF)? Não determina direito à moradia, à saúde, à educação, a paz? Não é objetivo da CF/88 superar a miséria e as desigualdades (Art. 3º)?
Mas, muitos juízes estão tão distantes da realidade dos pobres que mandam retirar centenas de pessoas de uma ocupação coletiva como se fossem entulho que lá estivesse.
Considerando que a maioria dos juízes “não tem tempo” para ir visitar as ocupações, ouvir os clamores dos pobres, vamos descrever um pouco o preço de um despejo sem alternativa digna. Vale recordar que alternativa digna não é levar as famílias para abrigo público, ou para bolsa moradia, ou inscrever as famílias em uma fila de política habitacional que não existe ou se existe, não anda.
Tomemos como exemplo o despejo de 300 famílias da Ocupação Santa Cruz, em Montes Claros, MG, dia 05 de junho de 2014. Usaram 250 policiais da tropa de choque e de vários outros batalhões da Polícia Militar de Minas Gerais; quatro tratores, inclusive um de esteira; vários caminhões, mais de quarenta viaturas, helicóptero, cavalaria, cães, inúmeros aparelhos de comunicação etc.
Senhores juízes, quanto custa preparar e realizar uma operação como essa? Quanto em alimento, água, combustível e arsenal bélico? Não sabemos quanto custa, mas sabemos que quem paga é o povo, através de uma pesadíssima carga tributária jogada principalmente nas costas da classe trabalhadora. É daqui que vem orçamento para custear o Estado que golpeia quem o sustenta financeiramente: o povo injustiçado. Quantos milhares de famílias ficaram sem segurança pública, porque um enorme contingente policial foi deslocado para despejar quem luta para sair da cruz do aluguel?
Só na Ocupação Santa Cruz, destruíram 80 casas de alvenaria. Em média as famílias tinham investido cerca de 8 mil reais em cada casa. 80 casas vezes 8 mil reais é igual 640.000,00 (Seiscentos e quarenta mil reais), valor equivalente ao que os turistas da COPA gastarão em Belo Horizonte. Mais da metade desse dinheiro, cerca de 400 mil reais, foi conseguido em empréstimo para descontar durante 4 ou 5 anos na aposentadoria de um salário mínimo. Ou seja, 80 famílias perderam 640 mil reais e perderam suas casas. Ficaram sem casas e com uma dívida que durante uns 4 ou 5 anos comerá parte da migalha de aposentadoria que recebem. Se o povo tivesse uma aposentadoria equivalente à dos juízes e desembargadores, o prejuízo seria menor.
Mas não é só esse o preço de um despejo sem alternativa digna, que é reassentamento prévio, conforme já vem sendo feito por determinação de alguns juízes em Pernambuco e no Rio Grande do Sul.
Centenas de famílias foram jogadas novamente na cruz do aluguel, que é furto diário no prato dos pobres. Ou foram jogadas nas costas de parentes que normalmente já pagam aluguel também. É cruz em cima de cruz. “A gente toma café da manhã com aluguel, almoça aluguel, janta aluguel e dorme com aluguel. Não suportamos mais isso”, desabafou dona Maria, da Ocupação Tomás Balduíno, de Ribeirão das Neves, MG.
Não esqueçamos que há um preço muito maior do que o prejuízo econômico: um despejo sem alternativa digna mata o sonho de conquistar moradia própria e digna, sonho de décadas. Imaginem quantas lágrimas! Quanta decepção nas autoridades! Quanta frustração diante do poder representado pelos governantes. Onde fica a legitimidade da força do Estado brasileiro? Quantos traumas indeléveis nas centenas de crianças que veem um exército armado até os dentes diante de si derrubando suas casinhas e expulsando-as do lugar onde elas brincavam e corriam à vontade?
Após um despejo, com a indignação gerada, como em uma encruzilhada, duas estradas se abrem: Por um lado, a maioria do povo despejado se reúne e trata de organizar a luta para dar a volta por cima, assim como fizeram a Ocupação Zilah Sposito/Helena Greco, que, após ter 15 casas demolidas inclusive com gás lacrimogêneo em crianças, reergueu-se e, hoje, já tem mais de 170 casas de alvenaria construídas. Ou como a Ocupação Eliana Silva, no Barreiro, em Belo Horizonte, que, três meses após ser despejada por 400 policiais reocupou outro terreno e hoje já tem mais de 300 casas de alvenaria construídas. Ou ainda como as duas Ocupações da Fazenda Baixa Funda, em Manga, MG, que já passou por 12 despejos e sempre o povo volta a reocupar a terra. Mas por outro caminho, outras pessoas ficam revoltadas e são jogadas na criminalidade. Assim, despejos forçados fomentam a violência social.
Quem puder ler e ouvir, que veja, que ouça e faça diferente dentro e fora do Poder Judiciário!
Mas assino embaixo do que afirma um juiz justo: Gerivaldo Neiva, no poema ao povo do Pinheirinho, Não os perdoem: eles sabem o que fazem!
“... Ei, Justiça, cadê você que não responde e aceita impassível tantos absurdos?
Não percebes o que estão fazendo com teu nome santo?
Em teu nome, atiram, ferem, tiram a casa e roubam os sonhos e nada dizes?
Tira esta venda, vai!
Veja o que estão fazendo em teu nome! Revolte-se!
E o pior dos absurdos: estão dizendo teus os atos do Juiz e do Poder que ele representa!
Vais continuar impassível?
E mais absurdos: estão te transformando em merdas de leis.
Acorda, vai!
Chama o povo, chama o Direito das ruas e todos os oprimidos do mundo e brada bem alto:
- Não blasfemem mais com meu nome! Não sou o arbítrio e nem a ganância! Não sou violenta, nem cínica e nem hipócrita! Não sou o poder, nem leis, nem sentenças e nem acórdãos de merda!
Diz mais, vai! Brada mais alto ainda:
- Eu sou o sonho, sou a utopia, sou o justo, sou a força que alimenta a vida, sou pão, sou emprego, sou moradia digna, sou educação de qualidade, sou saúde para todos, sou meio ambiente equilibrado, sou cultura, sou alegria, sou prazer, sou liberdade, sou a esperança de uma sociedade livre, justa e solidária e de uma nação fundada na cidadania e dignidade da pessoa humana.
Diz mais, vai! Conforta-nos:
- Creiam em mim. Um dia ainda estaremos juntos. Deixarei de ser o horizonte inatingível para reinar no meio de vós! Creiam em mim. Apesar da lei, do Poder Judiciário e das sentenças dos juízes, creiam em mim e não perdoem jamais os que matam e roubam os sonhos em meu nome, pois eles sabem o que fazem!”




[1] Frei e padre carmelita; bacharel e licenciado em Filosofia pela UFPR, bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; doutorando em Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, SAB, PJR e Via Campesina, em Minas Gerais; e-mail: gilvanderlm@gmail.com  –www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br - www.twitter.com/gilvanderluis - facebook: Gilvander Moreira

Palavra Ética na TV Comunitária de Belo Horizonte, MG, com Adriano Ventura, vereador em Belo Horizonte pelo PT. BH, 10/06/2014.

Palavra Ética na TV Comunitária de Belo Horizonte, MG, com Adriano Ventura, vereador em Belo Horizonte pelo PT. BH, 10/06/2014.


Palavra Ética na TV Comunitária de Belo Horizonte, MG: Defensorias Públicas na defesa do povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. BH, 17/06/2014.

Palavra Ética na TV Comunitária de Belo Horizonte, MG: Defensorias Públicas na defesa do povo das Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória. BH, 17/06/2014.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Despejo na Ocupação Nova Canaã, em Nova Lima, MG. Nota Pública do MLB, SINDIELETRO e CPT. BH, 10/06/2014.

Despejo na Ocupação Nova Canaã, em Nova Lima, MG.
Nota Pública do MLB, SINDIELETRO e CPT.
Belo Horizonte, MG, Brasil, 10 de junho de 2014, a dois dias do inicio da COPA.

Obs.: Enquanto escrevemos essa Nota, agora, às 10:00h do dia 10/06/2014, policiais da PM de MG e forças da Mineração Morro Velho já expulsaram uma família de uma casa de alvenaria, sob ameaça de gás lacrimogêneo e bala de borracha. Um trator já está diante da casa para destruí-la, casinha feita com muito suor. E há outras 30 casas na mira!

O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), o SINDIELETRO e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) estão na luta por moradia também na cidade de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, MG, onde o povo tem sofrido com a falta de moradia, pois a única política habitacional em Nova Lima são os condomínios dos ricos, cujos lotes chegam a mais de 500 mil reais. Como se não bastasse, a mineradora Morro Velho, que explora o povo e a riqueza de Nova Lima há mais de 170 anos, tem reivindicado diversos terrenos na cidade como sendo dela e, sob liminares concedidas pelo judiciário conservador da cidade, nas figuras das juízas Myrna Souto e Adriana Garcia, que autorizam a reintegração de posse muitas vezes sem ouvir a outra parte, tem colocado dezenas de famílias no olho da rua e destruído suas casas de maneira sádica, com total apoio repressivo da policia militar.
Fizemos as denúncias em Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG e da Câmara de vereadores de Nova Lima. Iniciamos uma grande mobilização na cidade de Nova Lima que culminou com uma mesa de negociação com a prefeitura, que prometeu nos dar todo o suporte para a conquista das casas para essas famílias pelo Programa Minha Casa Minha Vida- entidades, uma vez que o MLB é cadastrado nacionalmente no programa. Várias reuniões aconteceram e a coisa caminha com a nossa pressão. Nossas defesas contra novos despejos estão sendo feitas pela Defensoria Pública de Minas Gerais, área de Direitos Humanos.
Entretanto, sabemos que os poderosos sequer conseguem dormir quando são confrontados e a covarde mineração Morro Velho, que se ausentou de todas as audiências as quais foi convidada, voltou a utilizar de sua influência para assombrar o povo pobre.
Na tarde de ontem, dia 09/06/2014, segunda-feira, uma pessoa não identificada chegou à Ocupação Nova Canaã, no bairro Vila Nova Suíça, e com apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Nova Lima, invadiu o terreno e fez várias fotografias e filmagens. Existe liminar de reintegração de posse em nome da Mineradora Morro Velho e sabemos que essa pessoa é ligada à empresa. O curioso é que tanto a prefeitura quanto o Estado demonstraram apoio a mais esse desrespeito. Sabemos que a Mineradora Morro Velho tinha interesse em identificar as famílias e o número de casas de alvenaria no terreno, que hoje passa de 30, mas como eles são covardes e têm medo do povo, tiveram que recorrer ao poderio militar do estado para garantir a segurança dos seus.
Famílias de outros bairros estão em alerta para a possibilidade de despejos e na data de hoje o povo não foi trabalhar, ficou em casa para fazer vigília e resistir como puder, pois a possibilidade de voltar do trabalho e não encontrar suas casas é grande.
Os bairros mais afetados pelos despejos são: Galo, Bela fama, Nova Suíça, Mingu e Nossa Senhora de Fátima. Hoje o alerta geral é para que todos fiquem de olho e organizados nos bairros Galo e Nova Suíça, este último é onde se encontra a ocupação Nova Canaã. 
Precisamos divulgar essa denúncia e solicitamos com urgência o apoio de todos os lutadores de Minas Gerais que lutam pelo direito fundamental à moradia. A história demonstra que repressão a problema social jamais resolve um problema social. Ao contrário, repressão só agrava e muito o já grave problema social. Problema social gravíssimo como o imenso déficit habitacional (150 mil moradias em BH, 200 mil na região metropolitana, quase 1 milhão de moradia em MG) só se resolve de forma justa e pacífica com Política séria, popular, ouvindo as reivindicações do povo sem-terra e sem-casa. Imploramos às autoridades para que recobrem a sensatez e não autorizem despejos durante a COPA e nem sem alternativa digna, que não é ir para abrigo público, não é bolsa moradia, não é apenas ser incluído numa lista de esperança. Alternativa digna é reassentamento prévio. Não menosprezem o poder popular que está construindo e crescendo em organização em BH, região metropolitana de BH, em MG e no Brasil.
O povo das ocupações de BH(cerca de 18 mil famílias), da região metropolitana de BH (cerca de 25 mil famílias), de Uberlândia (cerca de 15 mil famílias), de Timóteo (cerca de mil famílias) e os militantes dos movimentos sociais populares estão pra lá de indignados com o despejo forçado de 300 famílias da Ocupação Santa Cruz, em Montes Claros, MG, dia 05/06/2014, quando, com 250 policiais da PM de MG, 4 tratores, helicópteros, enfim, com um grande aparato bélico, 80 casas de alvenaria foram destruídas e outros 200 barracos de lona preta ou de madeirite foram demolidos. Pisaram na dignidade de 300 famílias que foram jogadas na rua ou nas costas de parentes, ou ainda na cruz do aluguel novamente.
Os metroviários de São Paulo, o MTST e o Movimento Passe Livre da capital paulistana estão nos dando um grande exemplo a seguir. Alertamos: Se os direitos fundamentais do povo das ocupações não forem respeitados, Belo Horizonte e região metropolitana vão ser paralisadas, pois o povo das ocupações não vai aceitar mais despejos. O grito já foi dado pelo povo das Ocupações ao bloquear o trânsito na MG-010, diante da Cidade Administrativa, dia 22/05/2014, por duas vezes, durante 3 horas. O povo já repetiu à exaustão: “Se houver despejos, não vai ter COPA”. Quem tiver ouvidos, que ouça os clamores do povo.

Assistam no link, abaixo, Programa Palavra Ética, na TV Comunitária de Belo Horizonte com Lídia Márcia e Mário Luiz, sobre a Ocupação Nova Canaã, de Nova Lima, MG, dioa 22/05/2014:

Assinam essa Nota Pública,
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
SINDIELETRO
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
ENQUANTO MORAR FOR PRIVILÉGIO, OCUPAR SERÁ UM DIREITO!

Contatos para maiores informações:
Com Jobert, cel.: 31 8402 6860 ou Cel. do MLB, em Nova Lima:(31)7337 6097


domingo, 8 de junho de 2014

FALA DE MORADORA DA OCUPAÇÃO ELIANA SILVA, em BH, INCENDEIA A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO.

FALA DE MORADORA DA OCUPAÇÃO ELIANA SILVA, em BH, INCENDEIA A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO.

Dia 07/06/2014, ao reivindicar o direito do povo a votar e ser votado no processo eleitoral do Conselho Municipal de Habitação da Prefeitura de Belo Horizonte, MG, fala de moradora da Ocupação Eliana Silva reivindicando uma participação popular realmente democrática inflamou a 7a Conferência Municipal de Habitação!!

Fazendo assim uma crítica direta aos critérios restritivos da conferência que exigem CNPJ e mais de 1 ano para ter direito a voto e candidatura. O povo quer direito a votar e ser votado! 
Assista no vídeo no link, abaixo:

Clamores de pessoas que tiveram suas casas destruída pela PM de MG, TJMG e ... Foram mais de 80 casas de alvenaria destruídas no despejo da Ocupação Santa Cruz, em Montes Claros.

Clamores de pessoas que tiveram suas casas destruída pela PM de MG, TJMG e ... Foram mais de 80 casas de alvenaria destruídas no despejo da Ocupação Santa Cruz, em Montes Claros.
O TJMG, o Governo de MG e 250 PMs fizeram uma grande sexta-feira da paixão ao despejar dia 05/06/2014, 300 famílias da Ocupação Santa Cruz, em Montes Claros, MG, mas um domingo de ressurreição chegará, pois está sendo construído.
Preste atenção, nos vídeos, abaixo, nos clamores de várias pessoas, integrantes das 300 famílias despejadas por 250 policiais da PM de MG dia 05/06/2014.
Esse despejo é uma injustiça que clama aos céus! É repugnante e inadmissível.
Cf. também o facebook: Movimento dos Trabalhadores Desempregados Montes Claros.

Abraço na luta. Frei Gilvander Moreira

OCUPAÇÃO ESPERANÇA, EM BELO HORIZONTE, MG, 2.560 famílias: Festa de 1 ano de luta e conquistas.

OCUPAÇÃO ESPERANÇA, EM BELO HORIZONTE, MG, 2.560 famílias: Festa de 1 ano de luta e conquistas.

Dia 07/06/2014, tarde e noite, aconteceu a Festa de 1 ano da Ocupação Esperança, na região do Isidoro, em Belo Horizonte, MG. Com 2.560 famílias e já com mais de 800 casas de alvenaria construídas ou em construção, o povo preparou e realizou uma linda festa. Bonita a ornamentação, que começou com uma faixa na entrada da Comunidade: "1 ano da Ocupação Esperança. Sejam todos bem-vindos!" Com a rua principal ornamentada até chegar à Praça no interior da Ocupação, onde aconteceu a festa com bênção coletiva para 8 casais, culto ecumênico, feijoada, churrasquinho, canjica, música, comes e bebes, muita alegria e paz. Que beleza ver o povo feliz construindo uma comunidade de paz. "Somos uma só família", diziam todos. No 1o ano da Ocupação Esperança nenhuma pessoa morreu assassinada na ocupação. Violência zero! Eis um exemplo de quem conquistar segurança social. Parabéns a todos que prepararam com muito carinho e que participaram desse momento inesquecível: 1 ano de luta e muitas conquistas, entre as quais, já 800 casas de alvenaria. "Despejo nem pensar", gritam todos. Tá no ar que o povo prefere morrer na luta do que voltar para a cruz do aluguel ou para a cruz da humilhação que é sobreviver de favor.

Visite também o blog www.ocupacaoesperanca.blogspot.com.br e o facebook: Ocupação Esperança BH. 


















Mais VIOLÊNCIA POLICIAL EM CONTAGEM, MG, na Ocupação William Rosa, com mais de 3.000 famílias. Repudiamos!



Mais VIOLÊNCIA POLICIAL EM CONTAGEM, MG, na Ocupação William Rosa, com mais de 3.000 famílias. Repudiamos!

Repudiamos mais uma ação violenta de policiais contra o povo da Ocupação William Rosa, corrida dia 03/06/2014. Em 01/11/2013, a PM de MG, em um bombardeio de 1,5h, deixou mais de 100 feridos na Ocupação. De lá para cá foram várias agressões. O povo da Ocupação William Rosa já deixou claro que é consciente dos seus direitos e não vai arredar o pé do terreno onde estão e que vão seguir lutando por moradia própria e digna. A decisão judicial que mandou despejar o povo é inconstitucional e injusta. O leilão que o CEASA fez do terreno ocupado foi covarde e injusto. A presidenta Dilma e o ministro Gilberto Carvalho nos disseram que iriam suspender o leilão, mas ... o leilão aconteceu. Resta ao povo suspender na luta o leilão. A PM ficar, volta e meia, agredindo o povo também é repugnante. Assim estão preparando um massacre. Os responsáveis serão o TJMG, o CEASA, o Governo de MG, a PM de MG, o Governo Federal e empresários que compraram o terreno em leilão sabendo que o terreno está ocupado. Está avisado! O mundo inteiro vai ficar sabendo. A Ocupação William Rosa tem nosso apoio, pois ter moradia própria e digna é o mínimo que temos que exigir do Estado. Basta de Estado violentador dos pobres! Problema social se resolve de forma justa e pacífica com Política séria e não com polícia. Imploramos ao Comando militar de MG que proíba os ataques militares à Ocupação William Rosa, pois a PM de MG está riscando palito de fósforo em um barril de pólvora. Se continuar esses ataques militares injustificáveis ao povo da Ocupação William Rosa, vai acontecer massacre. Abraço na luta. Frei Gilvander Moreira
Cf. vídeo no link, abaixo.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Com Tropa de choque e helicópteros, PM de MG despeja mais de 300 famílias da Ocupação Santa Cruz, em Montes Claros, MG, dia 05/06/2014.

Com Tropa de choque e helicópteros, PM de MG despeja mais de 300 famílias da Ocupação Santa Cruz, em Montes Claros, MG, dia 05/06/2014.

Nota pública do MTD e CPT.

Belo Horizonte, MG, Brasil, 06 de junho de 2014.

DESPEJO INJUSTO, VIOLENTO E COVARDE! Fizeram uma sexta-feira da paixão com 300 famílias sem-terra e sem-casa da Ocupação Santa Cruz, de Montes Claros, MG, mas um domingo de ressurreição será gestado. 

As 300 famílias sem-terra e sem-casa que viviam na Ocupação Santa Cruz, na região norte de Montes Claros, MG, foram violentamente despejadas do local na manhã do dia 05 de junho de 2014. Às 5h30, helicópteros sobrevoavam a área, e um contingente de 250 policiais militares e a tropa de choque da PM de Minas Gerais cercou o terreno, de 33 hectares (330 mil metros quadrados que estavam abandonados há séculos, sem cumprir a função social), obrigando as famílias a saírem do local. “Foi uma situação de total desespero. Passamos o dia todo sem acesso à comida e água. Situação de guerra”, contou Adília Sozzi, advogada do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), que organiza a ocupação. Ela denuncia que a Liminar de reintegração de posse citava apenas a retirada de moradias novas, mas foram derrubadas casas de mais de 15 anos. No total, foram derrubados mais de 80 casas de alvenaria e 100 barracos de lona. Muitos foram para a casa de parentes e amigos, mas mais de 100 famílias não tiveram pra onde ir. “A prefeitura não deu assistência nenhuma, estamos sem lugar pra ir e não temos como levar os pertences”, disse Adília. Desde a manifestação realizada na terça-feira, dia 27/05/2014 diante do Fórum de Montes Claros, três integrantes do MTD estão presos, acusados de desacato, desobediência, danos e agressão. “Não foi homologada a prisão flagrante em 24 horas. É uma prisão ilegal, declaradamente política”, afirma a advogada.
Mais de 40 viaturas, 250 PMs, 4 tratores, inclusive trator de esteira, eis parte do aparato bélico militar usado contra 300 famílias injustiçadas. É o Estado policialesco, o que pensa que problema social se resolve com repressão. Ledo engano. Repressão a problema social só piora em muito o problema. A PM avisou ao Alvimar, da CPT, às 17:00h, que o despejo seria feito na manhã do dia seguinte. Cadê o cumprimento da recomendação do Ministério Público que prescreve aviso prévio com grande antecedência? Cadê alternativa digna?
Dia 10 de junho de 2014, dois dias antes do início da COPA, haverá Audiência Pública da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG, em Montes Claros, na Câmara dos Vereadores, para discutir sobre a violência e a injustiça que foi o despejo forçado de 300 famílias da Ocupação Santa Cruz, feridos pela “santa” espada do Estado capitalista neoliberal.  A PM não pôde esperar a audiência pública do dia 10/06, porque deveria deslocar um grande contingente para tentar amedrontar o povo durante a COPA em BH.
A reportagem da TV Alterosa, no link, abaixo, tem várias contradições e mentiras: a) não são 50 famílias, mas 300; b) Não mostrou as irregularidades existentes na decisão judicial que mandou despejar; c) Não falou que o terreno estava abandonado há séculos; d) Não falou que o Estado que mandou o aparato militar não construiu moradia para o povo, conforme prescreve a CF/88; e) Não questionou o fato de acontecer despejo forçado sem alternativa digna etc.
Socializamos o vídeo da reportagem da TV Alterosa para que se entenda a violência e a injustiça cometida pelo Estado: TJMG, Governo de MG, PM de MG, prefeitura de Montes Claros, empresários pretensos donos do terreno que estavam especulando e omissos da sociedade.
Nossa solidariedade e apoio às famílias despejadas e aos três presos políticos da Ocupação Santa Cruz, de Montes Claros.  Conclamamos todas as pessoas de boa vontade e as forças vivas da sociedade para não medir esforços no apoio ao povo da Ocupação Santa Cruz para que a luta seja reconstruída.
Mas ... vamos dar a voltar por cima. Um domingo de ressurreição está sendo gestado. Faz escuro, mas vamos continuar lutando coletivamente, pois uma aurora de justiça social está sendo construída.

Maiores informações com:
Adília, cel. tim 32 9125 5041 ou Olívia, cel. 38 9124 6740.

Assinam essa Nota Pública,
Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD)
Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Assista a reportagem da TV Alterosa, no link, abaixo: